quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Choque de realidade


A gente que trabalha com pessoas de um nível social mais promissor e circula em roda de amigos com mais sucesso na vida as vezes de desliga da realidade cruel. Hoje meu filho mais velho machucou o braço jogando futebol. Fui a quatro hospitais procurando ortopedista. Isso porque tenho um automóvel. Imagino fazer isso de taxi ou de ónibus. No ultimo fui atendido. Fiquei tocado pelas pessoas que lá estavam. Sofrendo, com um atendimento precário, com falta de atenção de suprimidas na sua necessidade básica de ter sua dor aplacada. Estes problemas de saúde nos mostram a verdadeira face de nossa fragilidade. Quando estamos saudáveis não nos damos conta de quanto é bom estar bem. Depois desta busca, graças a Deus lembrei que a pouco tempo minha esposa possui um plano de saúde da empresa onde trabalha e acabamos em uma clínica particular, onde em uma hora tudo estava resolvido e meu filhote mais velho com o braço engessado e bem. Este foi o primeiro dos infortúnios do dia.
O segundo foi uma tragédia. Ao chegar do colégio do meu caçula, onde o levo diariamente, me vejo no meio de um tiroteio onde dois adolescentes matam outro com cinco tiros. Graças ao criador não presenciei a cena, mas tive que sair de ré a toda para não estar na linha de tiro, informado por vizinhos de minha sogra. O instinto de sobrevivência opera milagres. Fui um verdadeiro piloto na hora. Nunca fui bom em dar ré no carro, mas ali virei expert.

Tiro algumas conclusões destas experiências: 

1. Precisamos de forma urgente dar uma resposta aos problemas sociais de nossos tempos. Não da mais só para pedir, implorar a nossos governantes soluções. Temos que, nem que seja na marra fazer com que façam. Se não tem capacidade, ou se outros interesses os impedem de agir tira-los do poder.

2. A saúde do indivíduo não pode mais ser tratada como estatística. São pessoas que estão lá sofrendo e não números. Os mais abastados não são mais humanos e suas dores não são maiores que a de quem a vida não foi tão generosa.

3. Planos sociais assistencialistas que dão o peixe e não ensinam a pescar de nada adiantam, a não ser como arrebatadores de votos. Devemos fazer as pessoas a terem algo melhor. Dar mais condições de vida, mais oportunidades a quem quiser. E quem não quer que seja tragado pela justiça, pois os vagabundos não tem o direito de usufruir o que os que produzem gozem.

4. A tragédia de nossos tempos não está somente na televisão, estão em nossas portas. Nem sempre é o traficante que mata traficante, como parece que aconteceu hoje. Pessoas inocentes também são vítimas.

Por fim conclamo a todos os homens de boa vontade. Esta na hora de darmos um basta. Chega de ganância, vaidade e exploração dos que podem menos. Vamos juntos construir um mundo melhor. Se for preciso que engrossemos para mudar, que seja feito. Chega sermos um gado passivo no processo da vida em sociedade. Ainda não sei exatamente o que devemos fazer, mas vou a luta buscar isso. E quem quer viver em um mundo mais justo, mais humano e mais fraterno que venha comigo. CHEGA, CANSEI DESTA SACANAGEM QUE ESTÁ AÍ.

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